26 abr Uma breve história do marketing até os dias de hoje
Para compreender a história do marketing, é preciso revisitar um passado mais longínquo que perpassa toda a história de desenvolvimento da própria civilização.
É difícil determinar, com exatidão, onde tudo começa na história do marketing.
Porém, acredita-se que ela tenha começado a ser escrita desde as primeiras relações comerciais, quando o homem utilizava a persuasão, direta ou indiretamente, para a troca e comercialização de produtos.
Os primeiros registros encontrados com as bases do conceito de marketing datam por volta de 1940.
Philip Kotler define marketing como a ciência e a arte de explorar, criar e proporcionar valor para satisfazer as necessidades de um público-alvo com rentabilidade.
A American Marketing Association (AMA) define marketing como a atividade, o conjunto de instituições e os processos para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para consumidores, clientes, parceiros e sociedade em geral.
Em outras palavras, ambas as conceituações compreendem o marketing como uma atividade complexa com vários aspectos e etapas pertencentes à cadeia comercial.
Ou seja, o marketing não se restringe somente à venda do produto ou serviço em si.
Vale ressaltar que, para chegar até a concepção que conhecemos hoje, o marketing sofreu inúmeras transformações e adaptações.
Quer descobrir como a história do marketing se desenvolveu ao longo dos tempos? Convido você a continuar a leitura deste artigo que vamos te mostrar.
Quando e em quais circunstâncias o marketing surgiu?
Você já ouviu falar da prensa tipográfica de Gutenberg?
Sabe qual é a relação dela com a história do marketing?
A invenção da prensa tipográfica de Gutenberg, em 1440, revolucionou a comunicação humana e o acesso à informação.
Sabe por quê?
Antes da prensa, o acesso à informação e ao conhecimento era obtido exclusivamente através dos livros.
O processo de produção e desenvolvimento das obras e materiais escritos era bastante lento e estritamente manual.
Dessa forma, a circulação das informações se dava de maneira lenta e muito limitada.
A partir da prensa tipográfica, essa realidade mudou completamente, já que os textos começaram a ser produzidos em larga escala e passaram a alcançar muito mais pessoas.
Essa invenção alemã fomentou o surgimento dos primeiros anúncios impressos, forma mais aprimorada de marketing naquela época.
Esse marketing off-line é o que conhecemos hoje por Outbound Marketing.
Em outras palavras, essa estratégia tentava comercializar um produto sem antes criar qualquer tipo de conexão com o consumidor.
Realidade completamente oposta ao Inbound Marketing que busca criar um relacionamento na tentativa de educar, apresentar soluções e gerar valor para os clientes, preparando-o para o exato momento de compra.
Mesmo com a revolucionária prensa, foi apenas no século XVII que jornais e revistas tornaram-se veículos de comunicação em massa e os principais instrumentos de publicação de anúncios pelas empresas.
Essas são mais algumas formas de publicidade off-line que funcionavam e ainda estão presentes até os dias de hoje nas estratégias de Outbound Marketing de muitas empresas.
Os panfletos garantiram mais facilidade de reprodução e divulgação das informações, porém era preciso dinamizar a distribuição que era feita individualmente.
Dessa forma, surge uma nova ferramenta de marketing mais eficiente para a realidade compartilhada naquela época: o pôster.
Esse cartaz impresso reunia toda a mensagem do anúncio em uma única solução afixada em via pública.
Em outras palavras, com a alta circulação de pessoas nas ruas, era possível aumentar a capacidade de comunicação da empresa e diminuir o esforço de veiculação como acontecia anteriormente.
Com a grande adesão de empresas e marketeiros da época a essa forma de marketing, o cenário tornou-se propício para o surgimento de uma nova ferramenta de divulgação similar, porém de maior impacto: o outdoor.
Nos outdoors, as empresas conseguiam ter um alcance maior e melhor em relação ao pôster, afinal, os anúncios podiam ser vistos de longe e por mais clientes, além de apresentar maior durabilidade e melhor custo-benefício.
É consenso entre a academia que a Revolução Industrial teve fundamental contribuição para transformar a forma de exercer o marketing.
Kotler nomeou essa etapa da história do marketing como “era de produção”.
Em outras palavras, esse período foi marcado por pouca concorrência, mercadorias vendidas a baixo custo e em larga escala, tendo o consumidor um papel totalmente receptivo nas propagandas comerciais.
Ou seja, não existe aqui qualquer preocupação com a qualidade do produto, muito menos com as possíveis exigências dos clientes.
Como a história do marketing evoluiu no século XX?
A história do marketing é marcada por constantes evoluções e transformações.
Com o início do século XX, surgiram três grandes ferramentas que continuariam a revolucionar a comunicação humana e a maneira de fazer negócios: o telefone, o rádio e a televisão, respectivamente.
Apesar de ter sido inventado em 1876, o telefone só ganhou espaço nos lares americanos em 1946, sendo usado como principal ferramenta de comunicação para ações de telemarketing das empresas.
O surgimento do rádio aconteceu, inicialmente, para atender propósitos militares a fim de servir às necessidades de comunicação da Primeira Guerra Mundial.
Entretanto, em 1920, ele passou a ser utilizado para transmissões abertas, entretenimento e notícias, estando presente em boa parte dos lares americanos.
As empresas enxergaram mais uma excelente oportunidade para anunciar seus produtos e serviços nesse novo meio de comunicação e passaram a desenvolver anúncios verbais para eles.
Em 1941, foi feito o primeiro anúncio na televisão.
Apesar de chegar a milhares de lares pela telinha, o custo para manter essa estratégia de comunicação é bastante elevado e torna essa modalidade de marketing não muito acessível.
Dessa forma, a história do marketing continuou encontrando novos caminhos e novas alternativas para garantir mais equidade de oportunidades entre as empresas e, consequentemente, gerar novos negócios .
Depois da Segunda Guerra Mundial, houve um aumento significativo na concorrência entre as empresas.
Assim, os produtos que antes eram produzidos e vendidos em larga escala, agora eram estocados.
Portanto, acontece uma mudança no direcionamento de marketing das empresas que deixa de focar apenas no produto e passa a valorizar o processo de vendas.
Os anos 80 foram marcados por uma disputa acirrada entre as empresas pela atenção do consumidor.
Dessa forma, os clientes passam a desempenhar um papel mais ativo e de influência sobre os produtos e sobre a criação das campanhas comerciais das empresas.
Ou seja, aqui temos uma verdadeira mudança de chave em que as necessidades dos consumidores passam a ter valor.
Esse momento é chamado, por Kotler, de Marketing 2.0.
O marketing na Era Digital: velocidade e transformações
Ao longo da jornada da história do marketing, a velocidade e o tempo para a disseminação e incorporação dos novos meios de comunicação e marketing vem diminuindo.
Isso foi potencializado, principalmente, com o surgimento do computador, da internet e do marketing digital.
Em 1990 a internet ganhou bastante força e expressividade, afinal ela deixou de ser usada apenas para fins militares e industriais como foi pensada inicialmente.
Nesse período, a internet passou a ser utilizada por pessoas comuns para realizar atividades corriqueiras, como enviar e receber e-mails, por exemplo.
A primeira mensagem automatizada enviada em larga escala aconteceu em 1994, caracterizando o primeiro spam de e-mail marketing.
Desde então, essa estratégia vem sendo bastante utilizada por várias empresas para anunciar seus produtos e serviços.
Com o surgimento da internet e a popularização do acesso à informação, a comunicação entre pessoas e empresas tornou-se mais dinâmica, célere e personalizada.
Nesse momento da história do marketing, existe uma preocupação com a geração de valor.
Ou seja, os consumidores estavam atentos às necessidades de cuidar do planeta e do meio ambiente, por exemplo.
Além disso, as empresas entenderam a necessidade de produzir conteúdos relevantes para esse novo consumidor e assumir um posicionamento mais sustentável diante do mercado.
Esse novo comportamento na jornada de compra do consumidor vai contribuir para o surgimento de novas estratégias de Marketing Digital, como o Marketing de Conteúdo e SEO.
Kotler vai caracterizar esse período como Marketing 3.0.
Com a virada do século, as transformações na relação do cliente com o produto e a com a empresa continuam.
O cliente deixa de comprar por necessidade e, até mesmo, pelo valor, mas atribui importante expectativa ao cumprimento da utilidade do produto ou serviço adquirido.
Em outras palavras, o foco maior passa a ser o ser humano e a construção de proximidade e fidelidade entre cliente e empresa.
Nessa etapa da história do marketing, surge uma grande preocupação com a satisfação do cliente e com toda a sua jornada de compra, a fim de torná-lo um verdadeiro embaixador da marca.
Philip Kotler chama essa etapa do marketing de Marketing 4.0.
A presença digital das empresas, principalmente, nas redes sociais, potencializa o alcance de novos clientes e maior faturamento, além de ser um ambiente muito propício para o consumidor conhecer e se relacionar com as empresas.
Nessa nova era superconectada, o Marketing Digital oferece estratégias e ferramentas para atender aos desejos dos clientes, cada vez mais exigentes, e ofertá-los as melhores soluções, criando experiências memoráveis com a empresa.
Portanto, podemos concluir que a história do marketing continua sendo escrita e transformada até os dias de hoje a fim de desenvolver a prosperidade das empresas e entregar um produto relevante para o cliente.